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fulano de tal
@taldedefulano
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Andréa Catrópa
Esta comunicação apresenta uma obra de literatura digital cujo processo de criação teve início simultâneo à chegada das medidas restritivas à circulação devidas à pandemia de Covid-19 na cidade de São Paulo, Brasil. O trabalho foi motivado por um sonho e esse processo, desdobrou-se em pesquisa bibliográfica e iconográfica. Na primeira etapa do projeto, as investigações concentraram-se em uma busca de correspondência entre o sonho que as motivou e suas possíveis conexões com o mundo da vigília. Com o passar do tempo, porém, a percepção de que a pandemia não arrefecia e mantinha grande parte da população mundial em um estado de exceção contribuiu para o questionamento da validade de se criar uma obra voltada a uma experiência particular. Diversas pesquisas, nesse período de exceção, reavivaram debates sobre a importância do sonhar, fato que foi percebido e abordado ao longo de épocas distintas e a partir de perspectivas diversas na História da humanidade. A reflexão sobre essa questão impulsionou, também, a segunda etapa do processo criativo desse trabalho que, por fim, uniu os campos da literatura, da tecnologia e do design. Nele, é possível anotar as próprias memórias de um sonho (ou inventar um novo) e transformá-las em poemas visuais digitais, criados pela colaboração do interator com as ações propostas durante a experiência imersiva, e que podem ser guardados pelo sonhador ou por ele compartilhados.
Arthur Moura Campos
Na palestra “SAÍDA: um poema-prédio” o poeta e arquiteto Arthur Moura Campos fala sobre o processo de criação da obra SAÍDA e seus desdobramentos em diversas mídias. Esse projeto, que foi seu trabalho final de graduação da Faculdade de Arquitetura da USP, envolve poesia concreta, arquitetura e arte digital em um só objeto. É um edifício virtual que materializa as palavras no espaço, ampliando e envolvendo os significados verbivocovisuais em uma perspectiva arquitetônica
Caru Biasuz
PROCESSO HEURÍSTICO ACONTECIMENTAL OU PESQUISA A LA PROUST [CONSELHOS DE QUEM VIVE (DA PESQUISA) NO CAOS], obra de minha autoria que pretende ser apresentada nessa jornada, faz parte de uma série de poemas-colagem que estão surgindo junto à escrita de minha tese de doutoramento. Durante a feitura do texto teórico emergiu uma vontade potente de extravasar os pensamentos também como imagens. O poema-colagem vem como um alento, um desabafo e um compartilhamento dos aprendizados auferidos na travessia da investigação doutoral. As colagens não fazem parte da tese, mas dela precisam para respirarem no mundo. São um prolongamento, uma extensão, um afluente desgarrado que inchou suas águas e precisou de suas próprias margens. São um outro lugar de reflexão e coragem, ímpetos visuais que chegaram a galope demandando nascimento imediato. O agenciamento dos poemas-colagem é composto por palavras recortadas de velhos livros, de frases batidas em minha velha máquina Olivetti, desenhos, figuras xerocadas ou impressas e de vontades. Vontade de compartilhar o pisar no mangue em noite escura que é toda pesquisa artística e acadêmica com seus descaminhos, desvios, anseios e acasos. Vontade infalível do pensamento de mostrar seus devaneios em uma outra versão. Estão presentes nos processos reflexivos visuais, a noção de acontecimento em Derrida, de acaso e encontro em Deleuze e pitadas da Recherche de Marcel Proust.
Ender Rodriguez
La ponencia presentación de VISO: APROXIMACIÓN A UNA IMAGINERÍA LÍRICA EN VENEZUELA (POESÍA VISUAL, OBJETUAL Y COLLAGES) I y II, representa la posibilidad de visibilizar el compendio de textos e imágenes (obras de poesía visual, experimental, objetual, collages y otras propuestas) llevados a libro digital (dos libros específicamente) que llevan por título VISO, publicados en el espacio virtual LP5 Chile y en Saberula de la Universidad de los Andes - Venezuela. Los mismos han registrado a más de 5o autores la mayoría venezolanos, y por otro lado se nombra y referencia a otros 25 (entre ellos históricos).
Fifo Lazarini
O VerbiVocoVisual agora também pode ser Interativo, as ações poéticas estão além do visual, do vocal e do verbal. Como a interatividade pode criar senso poético? A inteção aqui é mostrar que o sentido poético de poemas concretos ou expandidos também ganham mais uma vávula semântica quando o toque ou o clique se transformam em uma atitude física que o leitor/interator aplica no poema. Como no meu poema//game "As Aventuras de Um Burguês Bosta nas Rua Tupiniquins", (https://editor.p5js.org/Fifo/full/b_6cWkjUZ), onde o ato de clicar e pular os pobres traz ao poema uma ação interativa onde o toque significa o descaso, onde o toque significa o ato praticado pela burguesia, sendo não apenas um toque pelo toque, mas sim uma ação que carrega significado. Ou mesmo no poema interativo "O Sistema Sempre Ganha - Aqui você joga com o governo, mas tudo bem, já que o governos sempre joga com você" (https://editor.p5js.org/Fifo/sketches/revXvn7wp), nele, o toque na tela transmite o significado e entendimento do que o Governo "faz" vom VC, ou seja, é no toque na tela e jogando com o Governo que, se é entendido todo o sistema de significados do poema. Sendo assim, esse estudo vem mostrar que as significações do VerbiVocoVisual também se expandem para o interativo, aumentando assim o seu raio de significados e compreensões.
Joachim Emídio
A partir da segunda metade da década de 1950, o poeta e tradutor José Lino Grünewald integrou o grupo Noigandres, conhecido por sua rigidez formal característica. Segundo Augusto de Campos (2000), Grünewald era, em alguns aspectos, mais “ortodoxo” que o restante do grupo. O poema “MENSAGEM”, disponível no site dedicado à vida e obra de José Lino, é composto por 24 permutações da palavra-título, aparentemente embaralhadas numa grande coluna. Constatando que o termo é um semi-palíndromo com um núcleo assimétrico (NSAG) envolto pela simetria (ME-EM), observa-se o modo como o poema é dividido: 2 colunas nas extremidades, onde recorre a simetria; mais 4 caixas no centro, cada uma regida por uma letra do núcleo com 6 variações, totalizando 24. A partir da análise, surge a ideia de traduzir a estrutura de Grünewald para uma mensagem musical. A ideia se vale da semelhança encontrada no poema com mecanismos típicos do serialismo, no sentido de organizar “uma constelação de sons a ser relacionada de modos múltiplos” (ECO, 1991, pg. 126). Ao evidenciar a inspiração que a música serial de Anton Webern tem na estatística e na probabilidade, quando este cita o Quadrado Sator em suas cartas, Umberto Eco define tal constelação como uma “organização original da desordem” (Idem, pág. 127). “MENSAGEM” deu origem a um trio para soprano, cello e percussão. A princípio, o material fonético que o poema apresenta inspirou a composição. A recorrência da letra M, por exemplo, remete ao canto em boca chiusa, enquanto as sequências de G’s e S’s sugerem texturas vocais pontilhistas. Já a estrutura temporal da peça se deu a partir da disposição semi-palindrômica das notas da harmonia, onde se atribuiu um conjunto de intervalos a cada uma das seções do poema. Relacionando a forma musical (no tempo) com a forma da obra original (no espaço), se estabelece uma espécie de transcriação de estruturas. A peça foi estreada e gravada no dia 31/07/21 no Theatro São Pedro, em São Paulo, pelo trio GiraSsol.
Philip Meersman
Presentation of a toolbox and research methodology to study and analyze all forms of visual poetry using analytical and description methods from literature, art and communication sciences, and experimental/Gestalt psychology. The toolbox is demonstrated via “Occupied City” (Bezette Stad) (1920) by Paul van Ostaijen (1896 - 1928) and related to an integrated definition of visual poetry, situating visual poetry in a semiosphere between fine arts, music and literature where verbal and non-verbal elements form a spatial-semiotic unity. Each individual element is bearer and signifier of meaning on its own, as well as in combination with the other elements and the materiality of the visual poem. Furthermore, the materials, techniques and methods used, provide the possibility to date the work and to recognize or identify its maker. Finally, a visual poem can only be reproduced via multimedia techniques, and an oral performance will never be its true representation.
Mostra - 8.11